Camaradas e amigos,
Que grande manifestação, que grande sinal, que grande demonstração do que realmente são os interesses partilhados por todos nós, pela maioria, os trabalhadores, o povo.
São para estes aqui e todos os outros que cá não estão que quem nos governa devia olhar e governar de acordo com esses mesmos interesses aliás, de acordo com o que jurou cumprir, a Constituição da República Portuguesa.
E os interesses dos que aqui estão, os interesses do povo e está aqui bem demonstrado não é a guerra, é a PAZ!!! Parem de patrocinar a guerra, queremos paz, Não o que a guerra traz!
O sistema capitalista está em crise, inerente à sua característica predadora e exploradora, o imperialismo empurra os trabalhadores e os povos para a guerra. Acentua-se a exploração e as desigualdades, a aposta nos conflitos, a ingerência, os bloqueios e sanções, a violência.
Recorrem à mentira, deturpação, criam cenários inexistentes, instalam e disseminam o medo e a incerteza. Assistimos a isto diariamente nas nossas televisões camaradas e amigos. Ouve-se sempre um lado nunca ouvindo o outro.
Não tenhamos dúvidas camaradas, nenhuma guerra, nenhum conflito, nenhuma agressão interessa aos trabalhadores.
Os mortos e os feridos, a destruição de infra-estruturas essenciais à vida humana, são o rasto desta política de confrontação que um pouco por todo o mundo tem espalhado terror, mortes e destruição.
São os trabalhadores que sentem na pele os efeitos da guerra. O custo dos bens essenciais, que aumentam de maneira incomportável a pretexto da guerra e das sanções tem sido aproveitado pelo grande capital para continuar a acumular lucros recorde.
Veja-se, por exemplo, os 890 milhões de lucro da Galp, ou os 149 milhões da SONAE, só nos primeiros 9 meses de 2024 ou os 3,9 mil milhões de lucro dos cinco maiores bancos portugueses. Nos lucros deles estão as nossas dificuldades.
E ao mesmo tempo que eles continuam a encher bem os bolsos assistimos a esta coisa magnifica, O Secretário Geral da NATO lança a ameaça, e cito: “Precisamos de uma pequena fracção do dinheiro que vai para as pensões, saúde, segurança social, para tornar a nossa defesa muito mais forte e para preservar o nosso modo de vida.”. E o governo português obedece, como vimos no orçamento de 2025, como se pode ver nos 226 milhões de euros para prolongar a guerra na Ucrânia, e no compromisso de aumentar a despesa na guerra em 400 milhões de euros por ano
Dizem que não há dinheiro para nada, mas, subitamente para alimentar a guerra aparecem os milhões. Vemos o que está a acontecer no SNS com as urgências encerradas, falta de meios para os serviços de emergência, substituição da prestação de cuidados urgentes por linhas telefónicas, falta de profissionais, ou na escola publica quando não há professores ou auxiliares na escola, quando falta para valorizar os trabalhadores da administração pública e local, quando não há para responder às necessidades da habitação, quando se deixa sem resposta as necessidades das populações.
Camaradas,
Enquanto tentam desvalorizar quem defende a paz, apontam o caminho do militarismo e da escalada dos conflitos.
Reforçam a intervenção militar e a ingerência em todos os continentes, de África à Ásia, da Europa ao continente Americano. No último ano são centenas de conflitos armados e guerras que se desenvolveram, com a destruição do que existe e do que fica impedido de existir. Rejeitamos todas as guerras e rejeitamos o genocídio contra o povo Palestino. O recente acordo de cessar fogo tem de ser o início para uma paz duradoura na região, que só será possível com a efectivação do direito do Povo Palestino à sua autodeterminação e ao seu estado livre, independente e soberano. Daqui afirmamos que Palestina vencerá.
Sabemos de que lado não podemos estar. Não podemos estar ao lado de quem pretende continuar a guerra. A NATO apela a uma chamada “mentalidade de guerra”, a União Europeia insiste numa política de instigação do conflito armado, com planos de preparação e escalada armamentista conjunta, aprofundando ainda mais o federalismo. Mentalidade de guerra não é mais que a tentativa de impor que os trabalhadores e povo devem aceitar um único caminho, o caminho da exploração, da perda de direitos, da redução de salários, do ataque aos serviços públicos ao mesmo tempo que as grandes empresas de armamentos, que o grande capital aumenta os seus lucros à conta da destruição e da morte.
Rejeitamos este caminho. Rejeitamos esta aposta na guerra que visa manter esta política de exploração, de desemprego, de baixos salários, de desigualdade e injustiça social, de acumulação da imensa riqueza gerada por quem trabalha na mão de uns poucos. Não é isto que interessa aos trabalhadores.
Só a paz interessa a quem trabalha ou trabalhou. A paz que permite um desenvolvimento sustentado, que responde às necessidades dos trabalhadores e dos povos, que se mantém não com ameaças e ingerências, mas sim com a resolução política dos conflitos, com o respeito pela carta das Nações Unidas e o direito internacional, com a solidariedade e amizade entre os povos. É urgente pôr fim às ingerências e bloqueios que se impõe a diversos povos e em particular ao povo de Cuba.
É urgente pôr um fim à confrontação e à guerra, seja na Palestina, no Saara Ocidental, na Síria, no Iémen, no Líbano ou na Ucrânia, com as trágicas consequências e os sérios perigos que comportam não apenas para os trabalhadores e o povo dos países envolvidos, mas também significam um enorme risco para todo o planeta.
É urgente trabalhar para a construção da paz, exigir a responsabilidade colectiva dos estados e o empenho de todos para esses objectivos. Este é um caminho que queremos continuar a trilhar e para o qual devemos alargar a todos os que aspiram a uma sociedade mais justa, onde todos possam aceder à educação, à cultura, à saúde, à segurança Social, à estabilidade na vida, ou seja, ao progresso social e ao bem-estar de toda a humanidade que tem como condição essencial a ausência de conflitos armados, ingerências e sanções económicas.
Daqui exigimos que o governo Português tome a coragem de defender a paz, de não contribuir como este e anteriores fizeram, para a manutenção e a escalada dos conflitos, é hora de se posicionarem pelos interesses da maioria e serem obreiros da paz, rejeitando o militarismo e a guerra e cumprindo os princípios da Constituição da República Portuguesa.
E a paz é essencial para melhores condições de vida e de trabalho, do trabalho com direitos e da efectivação e conquista de mais direitos para quem trabalha e trabalhou. Para a paz é essencial uma mais justa distribuição da riqueza por aqueles que a produzem e que só é possível através do aumento dos salários. Para a paz é essencial a valorização do trabalho e dos trabalhadores e o fim da exploração e por isso poderão sempre contar com a luta dos trabalhadores e com a sua central, a CGTP-IN, por um mundo de paz, solidariedade, cooperação e amizade entre os povos.
Viva a luta pela paz!