A situação política e social da Juventude Trabalhadora, em Portugal, é marcada pelo aprofundamento da sua exploração através da precarização dos seus vínculos, onde o contracto a termo se destaca como a forma de precariedade mais frequente (87% dos casos, segundo INE) seguido dos falsos trabalhadores independentes (restantes 13%), com a continua prática de baixos salários que, face ao aumento do custo de vida, cada vez dão menos resposta às necessidades da vida.

Os Jovens estão cada vez mais sujeitos à desregulação dos horários que, sob formas diversas, vão barrando o seu tempo livre, o direito ao descanso, à cultura, ao desporto e ao lazer.

Esta situação de grande dificuldade para os jovens contrasta com o aumento dos lucros do grande capital, que utiliza todos os meios ao seu alcance para aprofundar a centralização de capital nos principais grupos económicos e financeiros.

Os Jovens trabalhadores vêm as suas condições de vida cada vez mais degradadas, os seus projectos e planos condicionados e a saída do país para um que os valorize apresenta -se como uma possibilidade cada vez mais presente.

Esta realidade não está desligada, muito pelo contrário, daquelas que têm sido as acções dos sucessivos governos do PS, PSD e CDS-PP com o apoio da Iniciativa Liberal e do Chega que, ora de forma mais retraída ora mais agressiva, têm concedido ao patronato as ferramentas para aumentar a sua exploração. Fazem-no ao manter as normas gravosas na legislação laboral, fazem-no ao recusar o aumentar os salários de forma significativa, fazem-no ao sustentar as longas jornadas de trabalho e os instrumentos para a sua desregulação.

Num quadro da vida política nacional marcado pela convocação de eleições legislativas antecipadas, cabe ao Movimento Sindical Unitário, enquanto organização de trabalhadores em prol dos direitos e aspirações dos trabalhadores, travar com as suas próprias características, uma poderosa campanha de esclarecimento e mobilização para um voto responsável e informado. É possível e é necessário mudar de rumo e essa mudança pode começar pelo reforço das forças políticas que, na Assembleia da República, defendem os interesses dos trabalhadores e da juventude em detrimento de quem, sistematicamente, tem defendido os do patronato.

Neste sentido, a Interjovem desenvolverá diversas acções de contacto procurando incentivar os jovens nos seus locais de trabalho a, no dia 10 de Março, levarem ás urnas as suas reivindicações e a luta que travam no seu dia-a-dia.