O Governo vai tomar medidas para que os reformados dos lanifícios não tenham custos na compra dos medicamentos, salvo se havendo genéricos o utente optar pela oferta de marca, anunciou o Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB).
“O compromisso que nos deixaram é o de que haverá medidas até ao dia 15 de julho”, referiu o presidente do STBB, Luís Garra, em declarações à agência Lusa.
No encontro com Manuel Delgado, os representantes sindicais voltaram a colocar em cima da mesa as preocupações dos reformados dos lanifícios, designadamente a que se prende com o facto de estarem a ter custos aquando da aquisição dos medicamentos, apesar de terem descontado para ter direito a uma comparticipação total.
Uma situação que passou a verificar-se depois da alteração a uma portaria em que se, por um lado, atendeu à reivindicação para que o pagamento da comparticipação fosse feito diretamente às farmácias, por outro lado, também introduziu uma alteração que prevê que a comparticipação passe a ser feita com base no preço de referência e privilegiando os genéricos.
Segundo o sindicato, isso está a traduzir-se em custos, uma vez que sempre que o preço do medicamento ultrapassa o preço de referência é o utente que tem de pagar o valor remanescente.
“Isso não está correto porque quando descontaram, os trabalhadores fizeram-no por terem a garantia de uma comparticipação a 100%”, salienta Luís Garra, referindo que por vezes as farmácias apenas têm o medicamento mais caro.
Outra das preocupações prende-se com a questão dos genéricos, sendo que representantes sindicais propuseram ao Governo que a ressalva do pagamento só seja aplicada caso o médico não indique expressamente que o medicamento indicado para o utente é o de marca.
Nessa matéria o sindicalista não encontrou muita abertura por parte do governante, que só se comprometeu a pensar sobre a questão.
Manuel Delgado prometeu aos sindicalistas que irá analisar a situação dos reembolsos que estão em atraso desde que as alterações à portaria foram introduzidas, bem como os dos que dizendo respeito a receitas anteriores às alterações foram realizados posteriormente e aplicando a regra do preço de referência.
Fonte: Jornal do Fundão
“Perante os compromissos assumidos, decidimos que iremos aguardar para ver quais as medidas que são tomadas e o conteúdo das mesmas. Se não concordarmos com elas, não será pelo facto de estarmos em julho, em período de férias, que nós desistiremos de lutar”, garantiu Luís Garra.